Vanilla

Desejo e provocação em "Vanilla" de Gackt

O título "Vanilla", escolhido por Gackt, traz uma ironia interessante: ao invés de remeter à simplicidade, a palavra serve para explorar o desejo e a intimidade de forma ousada e multifacetada. A letra é marcada por metáforas sensuais, como em “Eu sou... seu... Vanilla” e “Posso te amar? Nesta noite instável”, que sugerem uma relação intensa, baseada em entrega, vulnerabilidade e jogos de poder. O contraste entre “Kimi wa seijitsu na moralist” (Você é uma moralista sincera) e “Boku wa junsui na terrorist” (Eu sou um terrorista puro) destaca a tensão entre desejo reprimido e a vontade de romper limites, criando um clima erótico constante na música.

O contexto das apresentações ao vivo, conhecidas pelo fanservice e pela interação teatral entre Gackt e o guitarrista Masa, reforça a ambiguidade da letra. Isso torna mais evidente a exploração de temas de desejo, incluindo nuances homoeróticas, mesmo que de forma sutil. Metáforas como “nagai tsume wo taterareta boku” (suas unhas longas cravadas em mim) e “kuruoshii kurai ni nareta kuchibiru” (lábios acostumados à loucura) intensificam a sensação de paixão descontrolada. Já versos como “A crew sees crying knees / I wanna need. Not betray!” (Uma tripulação vê joelhos chorando / Eu quero precisar. Não trair!) trazem um duplo sentido, sugerindo tanto entrega emocional quanto física. Assim, "Vanilla" se destaca por desafiar convenções, misturando sensualidade, provocação e autodescoberta em sua narrativa.