Ipê Amarelo

Brasília, esperança e renovação em "Ipê Amarelo" de Gaê

"Ipê Amarelo", de Gaê, usa a imagem do ipê amarelo florido, símbolo de Brasília, para mostrar como a beleza da natureza pode trazer esperança em meio à rotina difícil e solitária da cidade. O verso “voltei pra casa com a coisa mais bela que existe / O ipê amarelo florindo” mostra que, mesmo em dias complicados, a natureza oferece consolo e renovação. O ipê amarelo, que floresce durante a seca do cerrado, representa a capacidade de renascer e encontrar beleza mesmo em tempos áridos, tanto no sentido literal quanto emocional.

A letra faz referências diretas à vida em Brasília, citando lugares como as “tesourinhas” e o “Eixão”, reforçando o vínculo afetivo do artista com a cidade. O trecho “Em uma esquina imaginária eu vi você / Vestindo azul; azul - um céu pra se perder” sugere encontros e desencontros, onde a presença de alguém especial colore a rotina, mas também evidencia a ausência e o desejo. Já o refrão “Pela janela a persiana proíbe / Dentro da tela o jornal não quer saber / E ao volante, 120, quadra a quadra, ninguém vê / O ipê amarelo” destaca como a pressa e a distração impedem as pessoas de perceberem a beleza ao redor, tornando o ipê uma experiência íntima, "só pra mim e pra você".

No final, a música fala sobre perda e redescoberta: “Perdi você / Encontrei minha Brasília”. A ausência de um amor é compensada pela reconexão com a cidade e seus símbolos, como se o ipê amarelo florido lembrasse que, mesmo diante da dor, sempre há algo belo a ser encontrado. O tom da canção mistura melancolia e esperança, mostrando que é possível redescobrir beleza e afeto nos detalhes do cotidiano e na paisagem urbana.