Sublime

Reflexão sobre amor e entrega em "Sublime" de Gal Costa

A música "Sublime", de Gal Costa, aborda de forma direta o desconforto de viver um relacionamento em que existe afeto, mas falta intensidade e entrega total. Logo no início, versos como “Não que eu me iluda / Eu acho até que você gosta de mim” mostram uma protagonista consciente da situação: ela percebe o carinho do outro, mas sente que não é suficiente para um amor pleno. O trecho “vive sim, mas também vive sem mim” reforça a ideia de uma relação marcada pela dúvida e pela ausência de reciprocidade completa, impedindo que o amor se torne algo realmente transformador.

O contexto do álbum "A Pele do Futuro" e a escolha de uma sonoridade inspirada na disco music dos anos 70 criam um contraste interessante entre a leveza dançante da faixa e a reflexão delicada da letra. A produção de Pupillo, ao trazer elementos das pistas de dança, mostra que temas sensíveis como a insuficiência do amor podem ser tratados com suavidade. A frase final, “O amor na vida da gente / Não pode ser menos do que / Sublime”, resume o desejo de viver um sentimento que vá além do comum, recusando relações mornas. Assim, "Sublime" fala sobre reconhecer quando o amor não basta e a importância de buscar algo que realmente preencha, sem perder a honestidade consigo mesmo.