Dilma vs. Aécio

“Dilma vs. Aécio”: sátira do duelo político de 2014

“Dilma vs. Aécio” encena o pleito de 2014 como batalha de rap para expor, com sarcasmo, rótulos grudados em PT e PSDB — de “mensalão” a “privataria”. O trunfo cômico é ressuscitar Enéas Carneiro, que interrompe o duelo prometendo “bomba nuclear” e fechando com “5656, Meu nome é Enéias!”, desmontando os dois lados. Aécio abre atacando Dilma por “a porra da inflação”, por “chamar cubanos” (Mais Médicos), pelos custos da Copa (“mais de 25 bilhão”) e cita o episódio do Santander, quando vazou um relatório crítico ao governo. Dilma rebate com vantagem nas pesquisas (“Ibope quase 40”), aponta feitos (“A lei seca salvou…”) e mira escândalos do rival: “carteira vencida” e referência à blitz, “aeroporto do seu tio-avô” (o caso de Cláudio, MG) e contratações sem concurso.

O tom cresce com acusações sensacionalistas — “tu gosta da branca” ecoa rumores sobre drogas — enquanto Aécio chama o Bolsa Família de “bolsa esmola” e acusa “leiloando o pré-sal”. A faixa mistura escárnio e autoafirmação agressiva, usando hipérboles (“pra eu ganhar… só preciso de um turno”), estereótipos partidários (“Vermelha é vestimenta”) e palavrinhas jurídico-políticas (“vade mecum”, “pessoa humana competente”) para ridicularizar o adversário. As imagens reforçam os rótulos: “beijar o meu coturno” convoca imaginário militar; “marionete” refere influência de Lula; “privataria” cristaliza críticas às privatizações; e “(Ai meu mensalão)” ironiza o desgaste do PT. Quando Enéas entra, a sátira vira metacrítica: iguala ambos — “A Dilma só quer copa / O Aécio, entorpecentes” —, vende soluções absurdas (“trago a bomba nuclear”) e usa a barba como símbolo de “sabedoria” para zombar do culto a líderes. Resultado: Galo Frito e Cauê Moura transformam 2014 em ringue de memes e bordões, onde a piada vira arma e a política, espetáculo.