Ciúme
Galvão
Tudo tem a sua alma, luminosa escuridão
Veja só quanta doçura que emite esse som
A boca se amodela própria para dar um beijo
Fruto de um desejo feito de cio e de queixume
Mas o doce do ciúme corta mais que um cinzel
Apego azedo do medo de perder o seu amor
E retorce na palavra, mel por fel, contradição
Palavra de egoísmo, sofisticado perfume
Na sua pele é a vaidade que me tolhe a liberdade
Na cara dura é soneto de fidelidade
Um chamariz de desejo me navega no seu rastro
Essência de tangerina, cassis, manjericão
E assim você me prende no lastro do seu mundo
Com jasmim e patchouli no fundo do coração.
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