
Neném Quer Apanhar
Geraldinho Lins
Memória afetiva e duplo sentido em “Neném Quer Apanhar”
O refrão “Neném quer apanhar” brinca com um duplo sentido típico do falar nordestino: “apanhar” aí soa como “ser pego no colo”, receber dengo, não como “levar surra”. A canção usa lembranças de infância para tratar da carência afetiva na vida adulta, unindo inocência, humor e uma ponta de malícia leve. A repetição do refrão reforça o pedido contínuo de atenção e colo, um desejo que atravessa o tempo.
A narrativa é direta e cheia de imagens de cuidado: “Me botava no colo, na banheira me banhava, trocava minha fralda…”. Quando surge “mocinha bonita da água benta”, aparece o retrato de igreja e comunidade, muito associado ao interior nordestino que Geraldinho Lins costuma valorizar nas composições. O detalhe “chorava porque eu queria o colo da mocinha mais bonita” mostra o choro como estratégia para ganhar carinho — um dengo esperto que sustenta o tom bem-humorado.
Depois vem a virada do tempo: “hoje homem já morrendo” — na verdade, “morrendo de saudade”. Ele percebe que “as mocinhas de ontem hoje estão envelhecendo”, mas o impulso permanece: “queria mesmo assim o colo dela”, porque o afeto continua sendo lugar de aconchego. No fim, “Neném Quer Apanhar” celebra a passagem da inocência à maturidade sem perder o gosto pelo cuidado, um forrozinho de memória afetiva que transforma saudade em sorriso.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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