Fabiana

Ambiguidade e homenagem em “Fabiana”, de Geraldo Vandré

Em “Fabiana”, Geraldo Vandré presta uma homenagem à Força Aérea Brasileira, o que chama atenção devido ao seu histórico de oposição à ditadura militar. Essa escolha traz uma camada de ambiguidade à canção, gerando debates sobre sua trajetória e intenções. A letra é marcada por metáforas ligadas ao voo e à liberdade, refletindo a admiração de Vandré pela aviação, desenvolvida a partir de sua convivência com membros da FAB e de seu desejo pessoal de se tornar piloto, como mostra sua busca por um brevê.

A música utiliza imagens como “vive em tuas asas, todo o meu viver” para transmitir a sensação de proteção e transcendência associada ao voo, transformando a aviação em símbolo de sonho, esperança e permanência. O verso “meu sonhar marinho, todo amanhecer” sugere a ideia de vastidão e recomeço diário proporcionados pelo horizonte aéreo. Já “a certeza que nunca me faltou, na firmeza do teu querer bastante” reforça a confiança e o apoio emocional que Vandré encontrou em sua relação com a FAB. Ao longo da letra, a aviação aparece como fonte de encantamento e sustentação, presente no passado, no presente e projetada para o futuro, como em “do futuro direi que sabem gentes, de todos os rincões e continentes”. Assim, “Fabiana” se apresenta como uma declaração de afeto e respeito, usando uma linguagem poética para exaltar a importância da aviação na vida do compositor.