D.N.A de Maromba

Cultura do uso de anabolizantes em “D.N.A de Maromba”

“D.N.A de Maromba”, de Gete, aborda de forma direta e sem filtros o uso de esteroides anabolizantes nas academias, transformando o tema em um retrato fiel do universo dos marombeiros que buscam resultados rápidos e extremos. O artista cita explicitamente substâncias como Durateston, Textex, Winstrol e Hemogenin, conectando a letra ao cotidiano real das academias, onde o uso dessas "bombas" é tanto tabu quanto símbolo de status. Ao dizer “Natural é o caralho, eu injeto e que se foda”, Gete adota uma postura desafiadora, rejeitando o discurso do fisiculturismo natural e assumindo os riscos e efeitos colaterais como parte do processo para alcançar um físico considerado "monstro" – termo usado para descrever quem tem muita massa muscular.

A música também destaca o papel dos fóruns online e da internet na propagação de informações sobre ciclos de esteroides e treinos, como no trecho “Pesquisa nos fóruns o treino perfeito”. Gete ironiza a hipocrisia e a inveja de quem critica, mas admira os resultados, e brinca com o duplo sentido de "veneno" (gíria para anabolizante) e "vitamina". Apesar do tom provocativo, há momentos em que o artista reconhece os riscos, como em “Efeito é forte, coração aumenta / Todo mundo vai morrer então não tem problema”, mostrando uma mistura de consciência e desprezo pelas consequências. No fim, a música reforça que o desejo de destaque e reconhecimento no universo da musculação muitas vezes fala mais alto que as preocupações com a saúde, resumido no verso “Fique forte de uma vez ou morra tentando”.