SE N ENTENDE N VEIO DO GUETO (part. Niink)

Vivências e orgulho periférico em “SE N ENTENDE N VEIO DO GUETO”

A música “SE N ENTENDE N VEIO DO GUETO (part. Niink)” de Ghard aborda de forma direta a ideia de que certas experiências e códigos só são compreendidos por quem realmente viveu na periferia. O verso “Se não entende, não veio do gueto” deixa claro que o estilo de vida, as conquistas e até as gírias dos artistas são frutos de uma realidade específica, muitas vezes distante de quem não compartilha dessa origem. O contraste entre o luxo atual — como em “dentro da rover carburando outro” e “todo lacrado, com roupa de grife” — e as origens humildes reforça a mensagem de ascensão social, mas sem perder a ligação com o passado e a comunidade.

A letra também destaca o preconceito e a desconfiança enfrentados por quem conquista espaço vindo do gueto. Isso aparece em situações como a abordagem policial, quando o artista precisa justificar a origem do dinheiro e dos bens: “Se os cana para, eu falo que é paieiro” e “Só ficou curioso da onde pinga todo esse dinheiro”. O uso de imagens urbanas, como “controla ela no dedo, tipo guitarra na mão de roqueiro”, mostra habilidade e domínio tanto na música quanto na vida. O orgulho das raízes periféricas é evidente em frases como “inspiração nóis é periferia” e “conexão itapevi e jandira”, reforçando a representatividade e autenticidade que Ghard e Niink trazem para o trap brasileiro. A música retrata de forma fiel as conquistas, desafios e códigos de quem veio do gueto e mantém viva sua identidade.