Marks Of The Evil One

A crítica ao mal cotidiano em “Marks Of The Evil One”

Em “Marks Of The Evil One”, Ghost utiliza a inversão de passagens bíblicas para criticar como o mal pode se infiltrar e dominar a sociedade, subvertendo símbolos tradicionais de esperança e redenção. A presença dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse — Conquista, Guerra, Fome e Morte — reforça o clima apocalíptico e funciona como metáfora para a propagação de forças destrutivas. O refrão repetitivo, “There! There! The marks are spreading everywhere” (Lá! Lá! As marcas estão se espalhando por toda parte), destaca como essas "marcas do maligno" se tornam cada vez mais comuns e quase banais no cotidiano.

O verso “Fall on us, and hide us / From the tyrant who is satanically enthroned” (Caiam sobre nós e nos escondam / Do tirano que está satânica e entronadamente no poder) inverte a narrativa bíblica ao mostrar um pedido de proteção não contra o juízo final, mas contra um poder maligno já estabelecido. A menção ao “serpent’s lair” (covil da serpente) e aos discípulos do mal escalando esse espaço remete à corrupção e à influência crescente do mal, conectando-se à tradição cristã do pecado original. Tobias Forge, líder do Ghost, simplifica e estiliza essas imagens bíblicas, tornando o apocalipse acessível e até "legal", como ele mesmo afirmou, sem perder o tom sombrio e direto. O contraste entre a melodia envolvente e a letra carregada de caos reforça a ideia de que o mal já está presente em todos os lugares, não apenas à espreita.