SECULAR HAZE

Crítica à espiritualidade moderna em "SECULAR HAZE" do Ghost

Em "SECULAR HAZE", o Ghost utiliza o termo "secular" para destacar a perda de clareza espiritual em uma sociedade cada vez mais racional e distante das tradições religiosas. O uso da palavra "haze" (névoa) simboliza a confusão e a incerteza que marcam o mundo moderno, sugerindo que, sem uma orientação divina, as intenções humanas ficam "obscurecidas" e a inocência se perde. O contexto do álbum "Infestissumam" e as declarações do vocalista Papa Emeritus II reforçam essa crítica, mostrando um despertar espiritual que desafia a autoridade religiosa tradicional, mas que também traz dúvidas e ambiguidade.

A atmosfera sombria da música é construída por imagens como "fog weaver" (tecelão de névoa) e "unfathomable wall-less maze" (labirinto sem paredes e impossível de decifrar), representando um cenário onde a humanidade se esconde nas sombras. Mesmo diante de uma divindade "omniscient" e "omnipotent" (onisciente e onipotente), a humanidade permanece "oblivious" (alheia), incapaz de perceber a luz divina e preferindo ficar na noite e na névoa. O refrão, com a repetição de "Come, mist eternal / Come, secular haze" (Venha, névoa eterna / Venha, névoa secular), reforça a ideia de que essa névoa é ao mesmo tempo um refúgio e uma prisão, refletindo o estado coletivo de uma sociedade que se afastou do sagrado, mas ainda busca sentido em meio à incerteza.