Tchin, Tchin (Cheat, Cheat)

Ritual do adeus e saudade em “Tchin, Tchin (Cheat, Cheat)”

Em “Tchin, Tchin (Cheat, Cheat)”, Giane utiliza o brinde como metáfora para lidar com a dor do fim de um relacionamento. A repetição de “tchin, tchin” — referência ao som das taças se encontrando — aparece como um gesto simbólico para disfarçar a tristeza, como nos versos: “Pego o copo e tento sorrir / Tchin, tchin pra não chorar”. O ato de brindar, que normalmente celebra momentos felizes, aqui é um mecanismo de defesa emocional diante da separação.

A letra mostra de forma clara o conflito entre a vontade de seguir em frente e a dificuldade de aceitar o término, especialmente ao abordar o medo de ver a pessoa amada com outro: “E sofro ao pensar / Que o nosso adeus / Vai atirar-te / Em outros braços / Que não são os meus”. O tom leve e melancólico, característico da Jovem Guarda e da voz de Giane, reforça essa mistura de resignação e saudade. O brinde, nesse contexto, representa tanto um adeus quanto uma tentativa de eternizar o amor, como sugere o trecho “nunca mais hei de esquecer, seja onde for”. Assim, a música transforma um momento doloroso em algo mais suportável, usando a informalidade do brinde para suavizar a despedida.