A Loucura Dos Sábios (part. Kivitz, Buneco e Fabio Brazza)

Sabedoria e autenticidade em "A Loucura Dos Sábios"

O título "A Loucura Dos Sábios (part. Kivitz, Buneco e Fabio Brazza)", de Gigante No Mic, já propõe uma inversão provocativa: sugere que, em uma sociedade de valores distorcidos, a verdadeira sabedoria pode ser vista como loucura. Essa ideia dialoga com obras clássicas como "Elogio da Loucura" e "A Nau dos Insensatos", reforçando a crítica social ao questionar verdades estabelecidas e valorizar a autenticidade, mesmo que isso signifique ser considerado "louco".

Cada artista contribui com uma perspectiva única. Gigante No Mic destaca a importância dos trabalhadores rurais, como em “Camponeses são a base das cidades / Agricultores são mantenedores da humanidade”, resgatando o valor de quem sustenta a sociedade, mas raramente é reconhecido. Fabio Brazza diferencia sabedoria de mero conhecimento, criticando o uso do intelecto para alimentar o ego: “Sabedoria não é o tanto que você sabe / Muito menos um adorno do ego pra que você se gabe”. Ele também questiona a hipocrisia religiosa e social ao afirmar “Deus não está no templo, está no exemplo”, defendendo o uso da inteligência para o bem coletivo. Kivitz propõe uma sobriedade autêntica, livre de máscaras, como em “Pra ser louco é bom tá sóbrio / Sem roupa de artista na cena, sensível ao vento”. Buneco contrapõe alimentar o ego e nutrir o espírito, questionando o valor das posses diante de uma vida consumida pela busca de normalidade. O refrão “Liberdade pura só sente quem sentira o poder do vento” resume o convite à liberdade autêntica, acessível apenas a quem se permite sentir e questionar. A música, assim, se apresenta como um manifesto pela autenticidade, pelo questionamento e pela coragem de viver de acordo com valores próprios.