
Aquele Abraço
Gilberto Gil
Resistência e afeto em “Aquele Abraço” de Gilberto Gil
Em “Aquele Abraço”, Gilberto Gil transforma uma expressão popular em símbolo de resistência e união durante o período da ditadura militar. A repetição do verso “aquele abraço” carrega uma ironia marcante: era a saudação usada pelos soldados durante sua prisão, mas, na música, ganha um tom afetuoso e coletivo. Gil subverte o contexto opressor ao transformar o bordão em uma mensagem de esperança, especialmente ao citar lugares como Realengo, onde esteve preso, e ao mencionar a torcida do Flamengo. Essa última referência, além de ser uma provocação bem-humorada por ele torcer para o Fluminense, reforça o clima descontraído e festivo da canção.
A letra faz um verdadeiro passeio pelo Rio de Janeiro e pela cultura brasileira, citando bairros, escolas de samba, personalidades como Chacrinha e referências à Portela, Salgueiro e Banda de Ipanema. Essas menções funcionam como um inventário afetivo do Brasil que Gil, prestes a deixar por conta do exílio, celebra com carinho e orgulho. O verso “Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço / A Bahia já me deu régua e compasso” destaca sua autonomia e raízes, enquanto a saudação final “Pra você que me esqueceu / Aquele abraço!” mistura despedida, perdão e ironia. Assim, a música se consolida como um hino de resistência cultural, transmitindo alegria, saudade e otimismo mesmo em tempos difíceis.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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