Valsa Do Abrigo
Giuliano Eriston
Lá fora uma criança chora a dor da privação
O seu desejo foi negado com um incisivo não, não pode!
É o encargo de pai desafia a dureza do coração
Pois pra ele a vida não seria assim
Só teria o mesmo brilho do olhar do filho
Quando sai na chuva com os pés no chão
Enfrentando bravamente o medo de trovão, que o aflige
E a esquecer de voltar para o lar
Serpenteia luz no horizonte
Estilhaça o ar em graves golpes
Estremece o chão e a certeza
Como é poderosa a natureza!
Suas forças tão
E o menino grão
Sem saber que a vida escapa às mãos
Todo salto é ensaio de um voo
Que o chão atrai, acolhe o corpo
Liberdade busca o infinito
Mas a alma pede por abrigo
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