Wanna Be (feat. Megan Thee Stallion)

Empoderamento e irreverência em “Wanna Be (feat. Megan Thee Stallion)”

“Wanna Be (feat. Megan Thee Stallion)”, de GloRilla, desafia abertamente os papéis tradicionais atribuídos às mulheres nas relações. A música utiliza ironia e autoconfiança para inverter a lógica do “salvador” e do “salvo”. No refrão, frases como “He don't wanna be saved, don't save him / I don't wanna be saved, don't save me” (“Ele não quer ser salvo, não o salve / Eu não quero ser salva, não me salve”) fazem referência ao sample de “Don't Save Her”, de Project Pat. Aqui, porém, GloRilla e Megan Thee Stallion subvertem o sentido original: elas rejeitam a ideia de serem responsáveis por “salvar” homens problemáticos e também não aceitam ser salvas ou controladas. Isso fica claro em versos como “Save a nigga, who bitch? Do I look like fuckin' Superwoman?” (“Salvar um cara, quem, vadia? Eu pareço a porra da Supermulher?”), mostrando que não vão assumir o papel de cuidadoras.

O empoderamento feminino é central na faixa. GloRilla e Megan Thee Stallion afirmam sua autonomia sexual e emocional, com Megan se autodenominando “female titan” (“titã feminina”) e citando “Attack on Titan” para ilustrar sua força e domínio. A letra também traz ironias e provocações, como “Hoes love me like Justin Bieber” (“As vadias me amam como Justin Bieber”) e “You look like a discount me on Etsy” (“Você parece uma versão barata de mim no Etsy”), ridicularizando rivais e questionando padrões impostos à mulher. O uso de samples conhecidos e o clipe ambientado em uma festa de fraternidade reforçam a ideia de invasão de espaços masculinos, simbolizando a quebra de barreiras. No conjunto, “Wanna Be” é um manifesto de independência, irreverência e poder, onde as artistas deixam claro que não aceitam menos do que merecem.