Oroborus

Ciclos de renascimento e transcendência em “Oroborus”

A faixa “Oroborus”, escolhida para abrir o álbum "The Way of All Flesh" do Gojira, destaca-se por abordar a imortalidade da alma e a natureza cíclica da existência, contrapondo-se ao tema central do disco, que é a mortalidade. O símbolo do Ouroboros — a serpente que devora a própria cauda — aparece de forma clara na letra e representa o ciclo eterno de vida, morte e renascimento. Isso é evidenciado em versos como “Serpent of light, movement of the soul” (Serpente de luz, movimento da alma) e “Self-consuming womb, ever-present, meet no end” (Ventre que se consome, sempre presente, não encontra fim), reforçando a ideia de transformação constante e regeneração sem um fim definitivo.

A letra também faz referência à fênix, outro símbolo de renascimento, em “Mighty phoenix, from the ashes arises / Firebird cycle, life, regenerate the cell” (Poderosa fênix, das cinzas surge / Ciclo do pássaro de fogo, vida, regenera a célula). Essa imagem reforça que destruição e morte são apenas etapas de um processo contínuo de renovação. O trecho “Death is just an illusion” (A morte é apenas uma ilusão) resume a visão filosófica da música: a morte não é um fim, mas parte de um ciclo maior. A busca por autoconhecimento e transcendência aparece em versos como “Quest for absolution, out of bounds introspect” (Busca por absolvição, introspecção sem limites) e “Rediscover life while I'm breathing” (Redescobrir a vida enquanto respiro). Assim, “Oroborus” convida o ouvinte a enxergar a existência como um fluxo perpétuo, onde cada fim é também um novo começo.