Born For One Thing

Reflexão sobre desapego e mortalidade em “Born For One Thing”

“Born For One Thing”, do Gojira, aborda de forma direta o desafio humano de encarar o medo da morte e o desapego das posses materiais. O verso “We were born for one thing / Tame the greatest fear of all” (“Nascemos para uma coisa / Domar o maior medo de todos”) reflete as influências filosóficas tibetanas e tailandesas citadas por Joe Duplantier, vocalista da banda. Ele destaca que o apego pode nos transformar em “fantasmas presos entre dimensões”, reforçando a importância de praticar o desapego para evitar esse destino.

A letra critica o valor que damos a bens e identidades, como em “Give a price, put a name / None of it real in this matter / Wandering, distracting / Wishing the life of another self” (“Dê um preço, coloque um nome / Nada disso é real neste contexto / Vagueando, distraindo / Desejando a vida de outro eu”). A música também aponta para o individualismo e a alienação causados pelo consumismo, especialmente no trecho “We're all drawn into ourselves / In a collective coma” (“Todos nos voltamos para nós mesmos / Em um coma coletivo”). Já “Remember gazing up for answers / But now we're staring down” (“Lembre-se de olhar para cima em busca de respostas / Mas agora estamos olhando para baixo”) sugere uma perda de espiritualidade diante da busca incessante por posses. No final, “We're no one / United / When we're gone” (“Não somos ninguém / Unidos / Quando partimos”) reforça que, diante da morte, as diferenças e apegos desaparecem, restando apenas a experiência comum da humanidade.