
O Trem
Gonzaguinha
Crítica social e ironia em "O Trem" de Gonzaguinha
Em "O Trem", Gonzaguinha utiliza a ironia para expor a inversão de valores e a resignação diante das injustiças sociais. Logo no início, as preces não são apenas para quem luta pela vida, mas também para o dinheiro e para o "esperto enganador", mostrando como a sociedade valoriza o oportunismo e a esperteza em vez da honestidade. O uso repetido de "amém" reforça o tom sarcástico, sugerindo que aceitar essas condições virou um ritual obrigatório, quase automático.
A música foi lançada durante a ditadura militar, período marcado por repressão e censura, o que torna suas críticas ainda mais contundentes. Gonzaguinha denuncia a miséria, a desigualdade e a falta de perspectivas para o trabalhador comum, temas raramente abordados de forma tão direta nos festivais da época. O trem, com seu movimento constante, simboliza tanto o destino coletivo quanto a alienação social. No trecho “Vai carregado de esperança, amor, verdade e outros 'ades' / Tantos males, pra onde vai? Quem quer saber?”, o artista ironiza promessas vazias e destaca o desinteresse geral pelo sofrimento dos mais pobres. A distância entre as classes fica clara quando o narrador diz: “Nem meu dedo esticado traz um pouco o gosto, o doce, o mel pra mim”, mostrando a exclusão social. Ao final, a música mistura conformismo e denúncia, com preces que soam como lamentos e um destino que segue inalterado, refletindo tanto a impotência diante do sistema quanto a resistência silenciosa de quem sobrevive à margem.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Gonzaguinha e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: