El É Sabim

Orgulho e identidade cabo-verdiana em “El É Sabim”

Em “El É Sabim”, Grace Évora utiliza a repetição marcante de “Ó ke sabin” e “El é sabin” para expressar orgulho pela herança cabo-verdiana e afirmar uma identidade coletiva. O termo “sabim” é usado como sinônimo de algo bom, prazeroso e digno de orgulho. A música destaca elementos culturais e naturais que sustentam esse sentimento, como nos versos: “Nos grogin i nos katxupa / Nos mórna i koladera / Nos batuke i funaná / Nos paizájen, nos kultura / Nos beléza natural / É nos kabverdianidade”. Cada referência celebra diretamente as tradições, a culinária, a música e as paisagens de Cabo Verde, mostrando que o valor do país está em sua autenticidade e riqueza cultural.

A canção também serve como um lembrete para valorizar as próprias raízes e funciona como uma ponte entre gerações, transmitindo tradições e saberes. Isso aparece nos versos sobre migração: “Se nos destin é bá térra lonje / S'é pa N largá nha térra / Txá-m migrá na bo, Kabverde”, que reconhecem a possibilidade de partir, mas reforçam que a identidade cabo-verdiana permanece viva, mesmo à distância. Assim, “El É Sabim” equilibra o reconhecimento das dificuldades enfrentadas pelo povo, como a migração, com uma celebração otimista da cultura local. O tom leve e festivo reforça essa mensagem positiva, tornando a música um verdadeiro hino de pertencimento e resistência cultural.