I should hate you

Dilemas emocionais e vulnerabilidade em “I should hate you”

A música “I should hate you”, de Gracie Abrams, aborda de forma direta o conflito interno de quem ainda sente apego por alguém que causou dor. No verso “Pulled the knife out my back, it was right where you left it / But you aimed kinda perfect, I'll give you the credit” (“Tirei a faca das minhas costas, ela estava exatamente onde você deixou / Mas você mirou de forma perfeita, tenho que te dar o crédito”), Gracie expõe a traição sofrida, mas também reconhece, de forma amarga, a precisão desse golpe emocional. A artista já declarou que escreveu a faixa para explorar essa luta entre razão e sentimento: ela sabe que deveria odiar a pessoa, mas não consegue, o que cria uma tensão constante entre mágoa e vulnerabilidade.

A repetição de “I know that I should hate you” (“Eu sei que eu deveria te odiar”) funciona como um mantra, mostrando o esforço para se convencer do que seria racional. Versos como “I feel stupid / Like I almost crashed my car / Drivin' home to talk about you” (“Me sinto idiota / Como se quase tivesse batido o carro / Indo pra casa pra falar de você”) revelam como a obsessão e a saudade ainda dominam seus pensamentos. Já a frase “I swear to God I'd kill you / If I loved you less hard” (“Juro por Deus que te mataria / Se eu te amasse menos intensamente”) expressa raiva, mas também mostra que o amor intenso é o que impede atitudes extremas, evidenciando a complexidade dos sentimentos. A produção intimista, com piano e sintetizadores, reforça o tom confessional da letra, tornando a experiência ainda mais próxima do ouvinte.