BRAINROT

Crítica à apatia digital em "BRAINROT" de Grandson

Em "BRAINROT", Grandson faz uma crítica direta à insensibilidade da sociedade diante de tragédias e injustiças, destacando o papel do consumo excessivo de conteúdo digital nesse processo. O termo "brain rot" (deterioração cerebral) funciona como metáfora para a alienação causada pela sobrecarga de informações superficiais e pela busca constante por dopamina nas redes sociais, como nos versos “It's a constant drip of / Dopamine, more dopamine” (É um gotejar constante de / Dopamina, mais dopamina). O videoclipe reforça essa mensagem ao mostrar um jovem completamente absorto no celular enquanto o mundo ao redor entra em colapso, ilustrando a desconexão entre o consumo de mídia e a realidade.

A letra aborda a banalização da violência e a indiferença coletiva, exemplificada em “Watch the Go-Pro footage of the headshot” (Assista às imagens da Go-Pro do tiro na cabeça) e “Watch the cops shoot the blonde girl in her own apartment” (Veja os policiais atirando na garota loira em seu próprio apartamento), mostrando como tragédias reais são tratadas como entretenimento. Grandson também critica a hipocrisia individual, citando o uso de smartphones produzidos com trabalho infantil em zonas de guerra (“With a battery mined by a child in a warzone / Then pretend to be ignorant” – Com uma bateria extraída por uma criança em uma zona de guerra / Depois finge ser ignorante) e a manipulação por publicidade e algoritmos. Ao dizer “This phone is a mirror and I'm just a reflection” (Este telefone é um espelho e eu sou apenas um reflexo), o artista sugere que a tecnologia amplifica a apatia social. O refrão “Welcome to the hell we're living in / And the ending of the world we're witnessing” (Bem-vindo ao inferno em que vivemos / E ao fim do mundo que estamos testemunhando) resume o tom crítico da música, alertando para o risco de se tornar um espectador passivo diante do colapso social.