Samba-Enredo 2017 - Versando Nogueira Nos Cem Anos do Ritmo Que É Nó Na Madeira

A Imortalidade do Samba: Uma Homenagem a João Nogueira

O samba-enredo de 2017 da G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango, intitulado 'Versando Nogueira Nos Cem Anos do Ritmo Que É Nó Na Madeira', é uma celebração vibrante e poética do legado de João Nogueira e do centenário do samba. A letra começa com uma metáfora poderosa: 'eu sou o espelho do espelho que não quebrou', sugerindo a continuidade e a resistência do samba ao longo do tempo. A expressão 'Cubango é nó na madeira' reforça a ideia de solidez e durabilidade, características essenciais do samba e da própria escola de samba.

A música faz uma homenagem direta a João Nogueira, um dos grandes nomes do samba, destacando sua resistência e poesia. 'Sou resistência a correr nas veias / E poesia feito lenha na fogueira' são versos que evocam a luta e a paixão de Nogueira pelo samba, mesmo em tempos difíceis. A letra também celebra a imortalidade do samba, que, apesar das adversidades, continua a reinar e a ser valorizado, 'quebram-se as correntes do passado / Hoje o samba é magistrado / Tem diploma de doutor'. Essa passagem sugere que o samba, antes marginalizado, agora é reconhecido e respeitado como uma forma de arte legítima e poderosa.

O enredo também faz referência a figuras importantes e elementos culturais do samba, como Clara Nunes ('Nesse terreiro tem Clara guerreira') e os orixás, mostrando a conexão do samba com a espiritualidade e a cultura afro-brasileira. A saudade e o amor também são temas presentes, como na passagem 'Por onde andarás morena? / Cabrocha que roubou meu coração', que traz um tom nostálgico e romântico. A letra conclui com uma mensagem de eternidade e devoção ao samba, 'Vou viver pra sempre nesse manto / Existir nesse azul, repousar no teu branco', simbolizando a união e a continuidade da tradição do samba.

A música é uma rica tapeçaria de referências culturais, históricas e emocionais, celebrando não apenas João Nogueira, mas todo o universo do samba e sua importância na cultura brasileira.