Samba-Enredo 1976 - Arte Negra Na Legendária Bahia

A Celebração da Arte Negra na Bahia: Um Samba-Enredo de Tradição e Fé

O samba-enredo 'Arte Negra Na Legendária Bahia', interpretado pelo G.R.E.S. Estácio de Sá, é uma homenagem vibrante e rica à herança cultural africana na Bahia. A letra da música abre com um convite para que os 'tumbeiros' abram alas, referindo-se aos navios negreiros que trouxeram africanos para o Brasil. Esses africanos, apesar das adversidades, trouxeram consigo uma rica bagagem cultural que se manifestou de diversas formas na Bahia.

A música destaca elementos culturais como a capoeira, o berimbau, e os enfeites coloridos, que são símbolos da resistência e da identidade afro-brasileira. A menção aos Iorubá, Bantos e Gegês, grupos étnicos africanos, reforça a diversidade e a riqueza das tradições trazidas para o Brasil. No terreiro, espaço sagrado de culto, dançavam samba e batuque, expressões musicais que se tornaram pilares da cultura brasileira.

Além disso, a letra faz referência às práticas religiosas e espirituais, como a língua nagô, as rezas e as imagens do candomblé, que são talhadas com devoção. A figa de guiné é mencionada como um amuleto contra o mau-olhado, mostrando a interseção entre fé e proteção. As ricas mucamas de branco, com flores, vão à Igreja do Bonfim, um sincretismo religioso que une o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A invocação de divindades como Obaluaiê, Yemanjá, Ogum e Oxumarê no final da música é um tributo à força e à espiritualidade da cultura negra na Bahia.