Samba-Enredo 2026 - Congá, o Altar Sagrado da Minha Fé

Resistência e fé em "Samba-Enredo 2026 - Congá, o Altar Sagrado da Minha Fé"

"Samba-Enredo 2026 - Congá, o Altar Sagrado da Minha Fé", do G.R.E.S Imperatriz da Paulicéia, destaca a força das religiões afro-brasileiras diante da opressão histórica. Versos como “um dia tentaram apagar o meu axé” e “a marca de herege quis moldar a minha fé” fazem referência direta à perseguição sofrida por praticantes dessas tradições, mas também ressaltam a resistência e a continuidade da fé. O atabaque que “não silenciou” e a menção à “Casa-Grande do Sinhô” remetem à luta dos escravizados contra a repressão dos senhores de engenho, mostrando como a cultura e a espiritualidade sobreviveram mesmo sob forte repressão.

A música celebra o sincretismo religioso ao unir elementos do catolicismo e das religiões de matriz africana, como nos versos “No congá da Paulicéia tem lugar pra todo santo!” e “Louvação à Santa Cruz e Oxalá”. O congá, citado na letra, é o altar sagrado dessas tradições, símbolo de acolhimento e diversidade espiritual. A presença de guias espirituais como “pretos velhos, caboclos e Exús” e a exaltação de orixás como Ogum e Oyá reforçam o respeito à ancestralidade. O trecho “Sincretizei a proteção, bati tambor / E cada santo se findou num orixá” evidencia a fusão entre santos católicos e orixás, prática comum no Brasil para preservar a fé diante da intolerância. A música transmite orgulho, resistência e celebração da identidade afro-brasileira, valorizando a proteção espiritual e a importância dos congás espalhados pelo país.