Samba-Enredo 2017 - A Santíssima Trindade de Oyó

A Santíssima Trindade de Oyó: Fé e Sincretismo no Samba-Enredo

O samba-enredo "A Santíssima Trindade de Oyó" da G.R.E.S Mocidade Unida da Mooca é uma celebração vibrante e rica em simbolismo, que une elementos do catolicismo e das religiões afro-brasileiras. A letra começa com a imagem de velas acesas no altar, representando a devoção e a fé dos praticantes. A menção aos santos que se tornam orixás através do sincretismo religioso é um ponto central, mostrando como diferentes crenças se fundem e coexistem na cultura brasileira. O termo "Axé" é repetido, simbolizando a energia sagrada que permeia esses rituais e a vida dos devotos.

A letra segue com uma romaria, uma peregrinação de fé, onde o devoto leva no peito a fé que o guia. São João Batista e São Jerônimo são mencionados, representando a purificação e a força, respectivamente. São Pedro é citado como o guardião, reforçando a ideia de proteção divina. A batida do Alujá, um ritmo sagrado, é evocada para saudar o Alafim de Oyó, um título de respeito ao rei Xangô, orixá da justiça e do trovão. Essa parte da letra destaca a importância dos ritmos e dos tambores na cultura afro-brasileira, que são usados para invocar e homenagear os orixás.

O trovão no céu e o eco do nome de Xangô na Terra simbolizam a presença poderosa e protetora desse orixá. Ele é visto como o protetor do caminho e o mantenedor da justiça. A letra também menciona a união do país em devoção, mostrando como essas práticas religiosas são uma parte integral da identidade cultural brasileira. A Mooca, bairro tradicional de São Paulo, é representada como um lugar de oração e celebração. O refrão final exalta Xangô, o rei da justiça, e reafirma a fé e o respeito dos devotos por esse orixá poderoso.