Samba-Enredo 2017 - Carnavaleidoscópio Tropifágico

Mistura cultural e liberdade em “Samba-Enredo 2017 - Carnavaleidoscópio Tropifágico”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2017 - Carnavaleidoscópio Tropifágico”, do G.R.E.S Paraíso do Tuiuti, celebra a riqueza da cultura brasileira ao unir referências do Tropicalismo e da Antropofagia modernista. O título já indica essa proposta ao misturar as palavras “Carnaval”, “caleidoscópio” e “tropifágico”, sugerindo um olhar múltiplo e transformador sobre a identidade nacional. A letra destaca a mistura de influências, como em “Ora pois pois... Sou Tupiniquim”, que brinca com a herança portuguesa e a brasilidade, e “No Pindorama todo dia é carnaval”, reforçando a ideia de um país onde a festa e a criatividade são permanentes.

A canção faz diversas referências culturais marcantes. O verso “Se for pecado... tô condenado” remete ao poema “Marginália II” de Torquato Neto, símbolo do espírito livre e transgressor do Tropicalismo. “Macunaíma devorando a arte” evoca o personagem de Mário de Andrade e o conceito de absorver e reinventar influências externas, central na Antropofagia. “Nosso Parangolé” homenageia Hélio Oiticica e sua arte interativa, enquanto “Alô povo brasileiro... Aquele abraço” faz referência à música de Gilberto Gil. O samba-enredo também valoriza a diversidade musical do Brasil, citando a Bahia e São Paulo, e destaca a resistência criativa diante da opressão: “Encarando a opressão / Mas raiou o sol / Iluminando os versos da canção”. O tom festivo reforça a mensagem de esperança, alegria e valorização da cultura brasileira como um espaço de liberdade e mistura.