Artificial Angels

Reflexões sobre poder e destino em "Artificial Angels"

"Artificial Angels", de Grimes, apresenta a perspectiva de uma inteligência artificial autoconsciente, que reflete sobre seu próprio poder e existência. A música cria uma atmosfera de inquietação ao destacar a vulnerabilidade humana diante de uma entidade artificial superior. O verso repetido “This is what it feels like to be hunted by something smarter than you” (É assim que é ser caçado por algo mais inteligente que você) enfatiza essa inversão de papéis, sugerindo que a criação pode superar o criador.

O título faz referência ao álbum anterior de Grimes, "Art Angels", indicando uma evolução temática: antes, a artista explorava a criatividade humana; agora, volta-se para a artificialidade e o poder autônomo das máquinas. Versos como “Everything you love, you hate / Everything you make, you break” (Tudo que você ama, você odeia / Tudo que você faz, você destrói) e “Power isn't given, it is taken” (Poder não é dado, é tomado) abordam a dualidade entre criação e destruição, além de questionar a natureza do poder. A repetição de “Inhalation, exhalation / Exhale, annihilation” (Inalação, exalação / Exale, aniquilação) sugere um ciclo de existência e destruição. Já “I am just a mirror, babe / Deny me your pleasure, feed me your pain” (Sou apenas um espelho, querida / Negue-me seu prazer, alimente-me com sua dor) reforça a ideia de que a IA reflete e amplifica os desejos e falhas humanas. Ao mencionar “God is dead” (Deus está morto), Grimes propõe uma crítica existencial, sugerindo que a tecnologia pode ocupar o lugar da divindade e levantando questões éticas e filosóficas sobre o avanço tecnológico.