Undivided

Resistência e união em "Undivided" da Groundation

"Undivided", da Groundation, aborda de forma direta a tensão entre opressão e resistência, usando o símbolo do "Zion - Gate" como representação do lar espiritual e da busca por liberdade. O desejo de "burn up Zion - Gate" (queimar o portão de Sião) vai além de uma ameaça física, sendo um ataque à identidade e à espiritualidade de quem procura dignidade, especialmente em situações de diáspora e marginalização, como mostra o verso “Look us inna foreign country - inna modern day ghetto” (Olhe para nós em um país estrangeiro – no gueto dos dias atuais). A presença de Don Carlos e Cedric Myton reforça o contexto rastafári, conectando a busca por Sião à luta contra "Babylon", símbolo dos sistemas opressores e corruptos.

A letra utiliza metáforas marcantes, como “heroes dem cannot enter into the gardens of life” (esses heróis não podem entrar nos jardins da vida), para criticar aqueles que se apresentam como justos, mas perpetuam a exclusão. A menção à “silent war” (guerra silenciosa) mostra que a opressão pode ser sutil, aparecendo em atitudes diárias de exploração e traição, como em “you dem use again, you de man call friend” (eles te usam de novo, aquele que você chama de amigo). Apesar da denúncia, a música convoca à união e à resistência coletiva, expressa no refrão: “United, undivided, undivided, still united” (Unidos, indivisíveis, indivisíveis, ainda unidos). A colaboração entre diferentes gerações do reggae reforça a mensagem de que a luta e a esperança atravessam o tempo, e que a verdadeira força está na solidariedade diante das adversidades.