Fatalmente / Separação / Temporal (part. Grupo Menos É Mais e Di Propósito)

Ruptura e recomeço em “Fatalmente / Separação / Temporal (part. Grupo Menos É Mais e Di Propósito)”

O Grupo Vou Zuar, com Menos É Mais e Di Propósito, monta um pot-pourri que percorre o fim de um romance: da ferida da traição à decisão de se preservar. Em “Fatalmente”, o eu lírico expõe entrega e frustração: “Me entreguei de corpo inteiro”/“você quis outro alguém”. Ao reconhecer o término — “Mas chegou, acabou” —, afasta a culpa: “o culpado não fui eu”. A chave de virada aparece em “fatalmente terá outra em seu lugar”: não é vingança, é autorrespeito e recomeço. A leitura conjunta reforça um arco clássico do pagode — desilusão, término, superação —, transformando dor em clareza e atitude. O limite fica claro: ainda que ela volte, ele não aceita mais, porque escolhe seguir adiante.

Em “Separação”, predomina a constatação digna: o vínculo esfriou — “tanta indiferença em teu olhar” —, as brigas viraram rotina, e ele pede que ela vá “antes que eu morra me humilhando de paixão”. Mesmo magoado, deseja o bem: “eu só queria que você fosse feliz”, e assume o aprendizado de esquecer. Em “Temporal”, a metáfora da tempestade torna explícito o colapso: do amor leve da “noite de verão” à “chuva é temporal”, até o limite de “todo o céu vai desabar”. Já “Você reclama do meu apogeu” admite duas leituras: ciúme/inveja do crescimento dele ou incômodo com a intensidade do seu amor. Em conjunto, o arco vai do sofrimento à despedida firme, com aprendizado e recomeço decidido — exatamente o que o pot-pourri propõe.