Farda

Conflito interno e autenticidade em "Farda" de Gson

Em "Farda", Gson utiliza a metáfora de "tirar a farda" para expressar o desejo de abandonar as máscaras e obrigações impostas pela sociedade. A letra revela um conflito entre seguir o caminho esperado pelos outros e buscar uma identidade autêntica. Isso fica evidente em versos como: "Eu preferi sentir saudades / Que é p'ra não me sentir soldado / Numa guerra onde eu não sei a missão dada". Aqui, a "farda" representa as expectativas sociais, enquanto o papel de "soldado" simboliza a submissão a uma luta que não faz sentido pessoalmente. O artista destaca o processo de autodescoberta e a coragem de se afastar de padrões impostos, mesmo que isso traga solidão ou saudade.

A música também aborda a vulnerabilidade nas relações pessoais. O medo de se machucar faz o narrador preferir a distância a se submeter a situações que o ferem. No trecho: "Eu só 'tou contigo as vezes que eu puder / E há vezes que o esperma fala mais alto / E ainda assim tu sabes / Que o objetivo é te abrir a mente / Mais vezes que as pernas, baby", Gson mistura sinceridade sobre desejos físicos com a intenção de construir algo mais profundo. Isso evidencia a luta entre superficialidade e conexão verdadeira. O refrão "Se eu tiro a farda não volto atrás" reforça a decisão de não retornar a antigos padrões, mesmo diante das incertezas do autoconhecimento. "Farda" se apresenta como um relato honesto sobre o preço e a liberdade de ser autêntico, sem ceder às pressões externas.