Prece Das Águas
Guaraná Caju
De margens largas de água doce chegava um rio numa região
E da Mantiqueira corria uma água que na minha infância era o mar na imaginação
E lado a lado crescia o menino e morria o rio que desistiu de ver o mar
Se a água era doce a terra salgada e a vida amarga de não ter vingado por lá
Mas o vale era tudo que ele conhecia
E na dança das águas a vida seguia
E eu desavisado em casa acordei com o rádio gritando que o mar tinha virado sertão
La laia lalaia
que a terra arrancada por homens e máquinas fez velho moço aprender o que era a destruição
Ó Deus ouça as preces de cá
Quando o pobre ajoelha na lama pedindo de volta essa vida que a sede do ouro veio arrancar
Alguém vê se pode explicar
Se o pão que partiste não mata a fome do jovem sem nome que paga os pecados do homem de lá
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