Jardim

A dor da ausência e o simbolismo do jardim em “Jardim”

Em “Jardim”, Guga utiliza a imagem do jardim para representar o espaço de afeto, cuidado e dedicação em um relacionamento. A metáfora aparece de forma clara no verso: “Dei-te mais flores do que uma florista tem / Ainda assim isso nunca chegava p’ra o teu jardim”, mostrando o sentimento de insuficiência, mesmo diante de todo o esforço e entrega. O contexto da música, reforçado por comentários do próprio artista, parte da ausência de uma pessoa querida e da dificuldade de superar o fim de um relacionamento. Isso se reflete na letra, que expõe a saudade e a esperança de reconciliação, mesmo quando o protagonista reconhece que ambos mudaram e que talvez não haja mais volta: “Hoje eu ainda tenho em ti uma amiga / Quando o que eu queria era algo que não existe”.

A canção tem um tom confessional e vulnerável, especialmente em versos como “Não te dei um bocado, foi tudo o que eu tinha / Agora eu não tenho nada para mim”. O desejo de reviver o passado e a dor da separação aparecem em detalhes cotidianos, como passar na rua da pessoa amada para se sentir mais próximo das lembranças. O refrão, ao repetir “Tens casa em mim”, resume o desejo de acolher e manter viva a ligação, mesmo que apenas na memória. O jardim, como metáfora do relacionamento, sugere que, apesar de todo o investimento emocional, o espaço compartilhado nunca floresceu como esperado, ampliando o sentimento de perda e vazio após a partida.