Meus Defeitos

A Dor da Ausência e a Aceitação em 'Meus Defeitos' de Guilherme Cabral

A música 'Meus Defeitos' de Guilherme Cabral é uma reflexão profunda sobre a dor da ausência e a luta interna para aceitar a realidade de um relacionamento terminado. A repetição da pergunta 'Se tudo que vai volta, por que cê não tá aqui?' revela a angústia e a incompreensão do eu lírico diante da ausência da pessoa amada. Essa pergunta retórica enfatiza a contradição entre a crença popular de que tudo que vai, volta, e a realidade dolorosa de que a pessoa amada não retornou.

O eu lírico descreve ações como apagar conversas e fotos, e excluir o número da pessoa amada, numa tentativa de se desvencilhar das lembranças e evitar a tentação de reatar o contato. No entanto, essas ações são acompanhadas por uma dor evidente, mostrando que, apesar dos esforços para seguir em frente, a saudade e a lembrança do relacionamento ainda são muito presentes. A frase 'Eu tava arrumando a mente e você veio bagunçar' sugere que a presença da pessoa amada, mesmo que apenas em pensamento, desestabiliza o eu lírico, que estava tentando se recompor.

A aceitação dos próprios defeitos é um tema central na música. O eu lírico menciona que se desligou do 'plano perfeito' da pessoa amada e se abraçou com todos os seus defeitos. Isso indica um processo de autoaceitação e de reconhecimento de que, para seguir em frente, é necessário aceitar as próprias imperfeições. A música termina com um tom de resignação e saudade, mostrando que, embora o eu lírico esteja tentando se adaptar à nova realidade, a dor da ausência ainda é muito forte.