Homem do Povo
Guilherme Correia
Eu já apanhei demais
E perdi o meu espaço
Destruição que é sentida
Nos becos e vielas
Escura e bela noite
Cortina de estrelas
Sob a luz da Lua
Cria em meu sonho
Desejo de viver
Mata minha sede
Porque quero muito mais
Mas minha sede não importa
E sua fome não interessa
A poeira sobe e ganha vida
Quando tudo são pedaços
É tudo pouco caso
Cenário de um teatro
Arco-íris de papelão
Vontade de amar
O que nunca vi
Dormir toda noite
Saber que o dia vem
Tenho o martelo nas mãos
E força para oferecer
Mas discos de vinil não servem
Em aparelho de cd
Somos nada de poucos
O fim da censura
Cidadão do mundo
Já vivemos sob tortura
Mas tudo acabou
É consequência simplesmente
Do medo que ficou
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