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Choro-Réquiem

Guinga

Letra

    Bom,
    até 'manhã,
    até pra sempre
    ou mesmo até já,
    até o dia que eu deslembre
    ou volte a lembrar.
    Quanto maior a ausência
    mais eu te percorro,
    minha consciência
    te revive e eu morro.

    Mãe,
    arranha o vidro da janela
    onde a sujeira vela
    por nós dois
    porque eu não sei
    quem anda mais sozinho.
    Ai, eu perdi o ninho, a casa,
    o colo, a crença
    -só nossa doença não me
    abandonou...

    Que não soe falsa
    a valsa lenta
    e o que ela alimenta
    na hora tardia:
    a solidão
    como um cordão
    tem uma ponta solta,
    fria, livre da hipocrisia.
    Adeus, querida,
    casca de ferida,
    escrava de Jó,
    luz do meu céu,
    tão pequenina:
    no São João, o
    tangerina...

    Na rapsódia em blusão
    de tafetá,
    flutuas em Paquetá!

    Mãe,
    no teu velório
    eu desejei as moças na cachola.
    Ai, mãe, não liga,
    me perdoa,
    é que eu não sou boiola.
    Eu sou mesquinho,
    mãe, letrista pobre, aumento:
    Fui teu catavento,
    foste o meu moinho.


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