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Quando o verso vem pras casas

Gujo Teixeira

Letra

    A calma do tarumã ganhou sombra mais copada
    pela várzea espichada com o sol da tarde caindo
    um panuelo maragato se abriu no horizonte
    trazendo um novo reponte, pra um fim de tarde bem lindo.

    Daí um verso de campo se chegou da campereada
    ao lombo de uma gateada frente aberta de respeito
    desencilhou na ramada, já cansado das lonjuras
    mas estampando a figura, campeira, bem do seu jeito.

    Cevou um mate pura-folha, jujado de maçanilha
    e um ventido da coxilha trouxe coplas entre as asas
    pra querência galponeira, onde o verso é mais caseiro
    templado à luz de candeeiro e um "quarto gordo nas brasa"

    A mansidão da campanha traz saudade feito açoite
    com os olhos negros de noite, que ela mesmo aquerenciou...
    e o verso que tinha sonhos pra rondar na madrugada
    deixou a cancela encostada e a tropa desgarrou

    E o verso sonhou ser várzea com sombra de tarumã
    ser um galo pras manhãs, ou um gateado pra encilha.
    Sonhou com os olhos da prenda vestidos de primavera
    adormecidos na espera do sol pontear na coxilha.

    Ficaram arreio suado e um silêncio de esporas
    um cerne com cor de aurora queimando em fogo de chão
    uma cuia e uma bomba recostada na cambona
    e uma saudade redomona, pelos cantos do galpão


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