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Na Invernada do Vento

Gujo Teixeira

Letra

    Meu mouro troca pisadas
    Num escarceio de crinas
    Atira baba pra cima
    Troca orelhas meio inquieto
    Parece que vai por diante
    Olfateando um pensamento
    Ou então ele e o vento
    Conversam o mesmo dialeto

    Nem bem eu tinha cruzado
    A porteira da invernada
    A gadaria espalhada
    Entre coxilha e varzedo
    Um vento soprou cortando
    Surgindo assim num repente
    Deixando a alma da gente
    Mesmo emponchada com medo

    É sempre pelos agostos
    Que este vento se alvorota
    Vem destes lados da grota
    Cruzando junto à tapera
    De bom só traz o aroma
    Das flores das laranjeiras
    E o assobio das taquareiras
    Que de longe reverbera

    É barbicacho nos queixos
    Pra sustentar o chapéu
    Quando resolve em escarcéu
    Topar meu poncho cinzento
    É grito pra gadaria
    Esporas juntando o mouro
    E latidos de cachorro
    Contra os desmandos do vento

    Sempre é por esta invernada
    Que o vento se aquerencia
    Banha cedo um lindo dia
    Quando ajeitava a encilha
    É só apeiar na porteira
    Onde a invernada começa
    Que este vento logo empeça
    A galopear da coxilha

    Não sei se sopra por gosto
    Ou se sopra por maleva
    Se não for taura não leva
    O gado pro paradouro
    Porque este vento tem ganas
    De esparramar os terneiros
    Ainda bem que sou campeiro
    Tenho a cuscada e meu mouro


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