De Ninguém
Gustavo Glaser
Vai comprar pão na padaria de ninguem
Acorda no dia seguinte pro vai e vem
Se o profeta nao virá quem me fará enxergar
Sozinho tudo nego, te quero, entao vem pra cá
E vai
Dançando assim mesmo de lado
Correndo pro assento ultrapassado
Chorando a sua imensa solidão
Se nao quis ninguem nao ache que agora que te terão
Tenho que correr pro espaço em que me esperam
Nao há tempo, som ou sombra em que me enxergo
Cansei
De atirar o que de dentro me pertence
Deixo tudo largado pra me adaptar
Preciso me encontrar pra parar de correr
Enquanto a correia quente tenta me deter
E vai dançando do seu jeito
Seu ritmo encontrará em qualquer lugar
Sem ter que ir correndo contra o tempo
Até a padaria de ninguem passar
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