General Galo Lisário
Guto Gonzalez
Tive um galo azul
Com a púa de prata
Igual uma navalha
Cortava de talho
Pisava o tambor
La pucha! Parceiro
Até o candeeiro
Tremia do malho
A seda da pena
Vestida de noite
Relâmpo em açoite
Cortando o retinto
Deixando o azul
Matizar o bagual
E vestir temporal
Um gaudério distinto
Nasceu pra ser lenda
Em noite sem lua
Escrevendo a púa
Meu galo bagual
Que a cada degola
Vivia um templário
Batizei de Lisário
Pra ser General!
Parecia se erguer
Do calor duma gesta
Con vincha en la testa
E furor sanguinário
Fazendo beber
O sangue com terra
Mostrando a guerra
Pro adversário
Desde a casca o destino
Nascer peleador
De ser esporeador
Quando a vida invitá
Maestro de briga
Façanha e bravata
Destreza en la pata
Y sangre calcutá
Quando a noite tirana
Anuncia tormenta
E um relâmpo arrebenta
O céu meridional
Te vejo amigo
Crioula legenda
Que nasceu pra ser lenda
E vestir temporal!
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