Drive

A busca por pertencimento e conexão em “Drive” de Halsey

Em “Drive”, Halsey usa a estrada como metáfora para um estado mental de constante movimento e busca por pertencimento, alinhando-se ao conceito do álbum *Badlands*, que explora temas de isolamento e desolação interna. O verso “All we do is drive / All we do is think about the feelings that we hide” (“Tudo o que fazemos é dirigir / Tudo o que fazemos é pensar nos sentimentos que escondemos”) destaca a dificuldade de expressar emoções profundas, mostrando como o silêncio e o orgulho criam barreiras mesmo quando há proximidade física. A repetição dessa ideia reforça a sensação de estagnação emocional, apesar do deslocamento físico constante.

A menção à Califórnia em “And California never felt like home to me / Until I had you on the open road” (“E a Califórnia nunca pareceu ser meu lar / Até que eu tive você na estrada aberta”) conecta o sentimento de deslocamento ao poder transformador da conexão humana. O estado, frequentemente associado a sonhos e recomeços, só se torna um lar verdadeiro quando compartilhado com alguém importante, sugerindo que o pertencimento está mais na companhia do que no lugar. O ambiente do carro, com imagens de luzes e sinais perdidos, cria uma atmosfera introspectiva e melancólica, onde o desejo de mudança se mistura à hesitação e ao medo de vulnerabilidade. Assim, “Drive” retrata a luta entre o impulso de seguir em frente e a dificuldade de se abrir, usando a viagem como reflexo das incertezas e esperanças de um relacionamento.