I Believe in Magic

Reflexões sobre maternidade e esperança em “I Believe in Magic”

“I Believe in Magic”, de Halsey, explora de forma honesta e sensível os desafios e transformações da maternidade. A artista compartilha sua vulnerabilidade ao observar as mudanças no filho, que antes lembrava o pai, mas agora se parece mais com ela. O verso “the apple's rolling real far from the tree” (a maçã está rolando bem longe da árvore) subverte a ideia tradicional de semelhança entre gerações, expressando tanto orgulho pela individualidade do filho quanto preocupação com o futuro dele. Halsey questiona: “I wonder if the world will treat him any better than it treated me” (fico pensando se o mundo vai tratá-lo melhor do que me tratou), revelando o medo de que traumas e expectativas se repitam de geração em geração.

A relação com a própria mãe aparece como um reflexo do que Halsey vive com o filho, especialmente ao perceber o envelhecimento materno e a tendência de repetir padrões familiares. No trecho “No, I didn't last 'til twenty-eight / Became a single mom, just crushed under the weight” (não, não cheguei aos vinte e oito / virei mãe solo, esmagada pelo peso), ela admite as dificuldades da maternidade solo e o receio de que o tempo passe rápido demais. Inspirada por Linda Ronstadt, Halsey aposta em uma produção acústica minimalista e uma entrega vocal emotiva, reforçando o tom confessional. O refrão, com “I believe in magic, and I believe in sin / I still believe in heaven, if they'll never let me in” (acredito em magia, e acredito no pecado / ainda acredito no paraíso, mesmo que nunca me deixem entrar), mostra a busca por esperança e redenção apesar das imperfeições. A música se apresenta como uma carta aberta sobre amadurecimento, perdão e a complexidade dos laços familiares.