Lilith

Rebeldia e autossabotagem em "Lilith" de Halsey

Em "Lilith", Halsey utiliza a figura mitológica de Lilith para expressar rebeldia e poder feminino, destacando sua recusa em se submeter a padrões impostos. A escolha do nome já indica essa postura, pois Lilith é conhecida por desafiar normas e rejeitar a submissão, o que se reflete na atitude autocrítica e desafiadora da artista ao longo da música. No verso “I am disruptive, I've been corrupted / And by now, I don't need a fuckin' introduction” (“Eu sou disruptiva, fui corrompida / E agora, não preciso de uma maldita apresentação”), Halsey assume sua natureza conflituosa e reconhece padrões autodestrutivos, mostrando dificuldade em se encaixar nas expectativas dos outros.

A letra mergulha em uma vulnerabilidade intensa, com Halsey expondo sua tendência à autossabotagem e impulsividade: “I get too caught up in a moment / I can't call it love if I show it / I just fuck things up, if you noticed” (“Eu me envolvo demais no momento / Não posso chamar de amor se eu demonstro / Eu só estrago tudo, se você percebeu”). Esse trecho revela o ciclo de envolvimento emocional seguido pelo afastamento, algo que a própria artista reconhece como recorrente em sua vida. A menção a “fuck like a demon” (“transar como um demônio”) reforça o duplo sentido sexual e demoníaco, alinhando-se à imagem de Lilith como símbolo de desejo e transgressão. O refrão “The more that you give away / The more that you have / The more that they take” (“Quanto mais você entrega / Mais você tem / Mais eles tiram”) traz uma reflexão amarga sobre vulnerabilidade, sugerindo que quanto mais se doa, mais se perde, ampliando o sentimento de desgaste emocional e solidão presente na faixa.