Unidos Do Caralho A Quatro

Humor e crítica social em “Unidos Do Caralho A Quatro”

A música “Unidos Do Caralho A Quatro”, do grupo Hermes e Renato, faz uma sátira direta aos sambas-enredo tradicionais, usando humor escrachado e linguagem vulgar para expor e criticar tanto o universo do Carnaval quanto os tabus sexuais presentes na sociedade brasileira. O uso de expressões explícitas, como “roliço e veiudo, pentelhudo e cabeçudo na Sapucaí”, vai além da simples provocação: serve para evidenciar o duplo sentido e a hipocrisia que muitas vezes marcam as festas populares e a cultura de massa. O contexto de criação da música, originalmente pensada para uma campanha de conscientização sobre o uso de preservativos, reforça o tom de crítica social disfarçada pelo humor anárquico característico do grupo.

Ao inventar a escola de samba fictícia “Unidos do Caralho a Quatro”, Hermes e Renato ironizam a seriedade das agremiações carnavalescas e mostram como qualquer tema pode virar motivo de festa e piada. Trechos como “A minha rola é instrumento de trabalho / Quem gostou, gostou / Quem não gostou vai pro caralho” deixam claro o descompromisso com o politicamente correto e a intenção de chocar para provocar riso e reflexão sobre padrões de comportamento e moralidade. Assim, a música funciona como uma paródia que, por meio do humor exagerado, questiona estereótipos e celebra a liberdade de expressão típica do Carnaval.