Drena

A Euforia e o Conflito do Alcoolismo em 'Drena' de Hernâni

A música 'Drena' de Hernâni aborda de maneira franca e direta a relação conflituosa do eu-lírico com o consumo de álcool. Desde o início, o artista admite que já tentou reduzir a dose, mas sempre acaba voltando ao mesmo ponto, especialmente quando chega a sexta-feira. A repetição da frase 'mas não vale a pena' reforça a sensação de inevitabilidade e resignação diante do hábito de beber. A letra revela um ciclo vicioso onde a bebida se torna uma forma de escape e animação, mas também um problema recorrente.

Hernâni utiliza diversas metáforas e gírias para descrever o estado de embriaguez e a cultura das festas. Termos como 'tar piff', 'tar guft' e 'tar jazz' são usados para ilustrar diferentes níveis de intoxicação, enquanto 'drena' parece ser uma gíria local que sugere um estado de euforia ou relaxamento induzido pelo álcool. A música também menciona a pressão social e a influência dos amigos, que apesar de reconhecerem o excesso, continuam a incentivar o comportamento. A referência a 'festa' como 'meu habitat' e a menção de que 'descansar é na campa' indicam uma entrega total ao estilo de vida festivo, quase como se fosse uma segunda natureza.

A letra também toca em aspectos sociais e culturais, como a menção de que 'as damas até deixam criança na avó' para poderem participar das festas, e a ideia de que beber é uma forma de esquecer os problemas e melhorar a noite. Hernâni pinta um quadro vívido de uma realidade onde a bebida é tanto uma fonte de alegria quanto de problemas, criando uma dualidade que é difícil de resolver. A repetição do refrão reforça a ideia de que, apesar das tentativas de mudança, o ciclo continua, refletindo a luta interna do eu-lírico entre o desejo de parar e a atração irresistível pela bebida e pela festa.