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Homens de Mente Assassina

Homens Crânios

Letra

    Homens de mente assassina mais uma vez atacam a periferia;
    Ó quem diria, trajado de cinza;
    Invade a favela castigam e fazem outras vítimas;
    Crime que abala, São Mateus para;
    Policiais sobrevoam o bairro á todo o momento;
    A espera de mais um indício que leve aos três suspeitos;
    Helicópteros no rolê sobrevoam a área;
    Curiosos moradores saem de suas casas;
    No barraco escondido eu acompanho lá dentro;
    O vai e vem dos polícias subindo e descendo;
    Com o poder formulam as suas conclusões;
    Ser homicídio ou furto ou quem sabe os dois;
    Mais um crime que abala São Mateus para;
    E o sistema analítico de Homens Crânios dispara;
    Acata as falhas que o sistema dá;
    E não é uma é uma par;
    Do lado leste miseráveis vêem o sol nascer;
    Poucos vêm ver;
    Infelizmente á meia noite vem aparecer;
    Polícia militar, hospital geral, morte cerebral;
    Do lado leste cada um com a sua ideologia;
    Mente polícia, mente política;
    Nossa política é atacar.

    (4x) O loque faz o crack;
    E o crack fura a pura cocaína;
    Na periferia.

    Cocaína pura pra periferia;
    Regressão abala a estrutura de um ser;
    Que pede á Deus para sobreviver;
    Minha família o que vai ser, não quero ver;
    O meu filho crescer com uma nove na cinta;
    Descabelado na química ou na mesa de um necrotério;
    Eu falo sério, eu falo sério, eu falo sério;
    Mil novecentos e noventa e sete;
    Os otários fardados dão mais um show e HC não se esquece;
    Somos bem respeitados, por muitos considerados;
    Coitada da nossa gente com a cabeça cortada pra frente;
    Eu não me esqueço do que aconteceu no nosso passado;
    Não é de hoje que eles vêm humilhando inocentes;
    Não, não são todas as imagens que eles mostram na televisão;
    Em 92 esse ano ninguém se esquece;
    O corpo padece o mundo inteiro viu, mas assistiu;
    No Carandiru cena de crime extermínio á sangue frio;
    Vejam só quanta ignorância;
    Na candelária foram mortas várias crianças;
    Não tiveram nem a chance de se defender;
    Realmente a polícia mantém o seu poder;
    Foram muitos mortos lutando por um pedaço de terra;
    Sem-terra pra eles já era;
    Favela Naval sete de março de noventa e sete;
    Os otários dão mais um show e ninguém se esquece;
    Um sentimento de vergonha, revolta e medo;
    A polícia conseguiu chocar o país inteiro;
    São datas e datas que marcaram nossa época;
    E em todas elas a polícia marcou sua presença;
    Repressão, humilhação, contra a corrupção;
    No rap nacional Homens Crânios;
    Atitude e força de expressão;
    Não temos culpa se lhe aplicaram lavagem cerebral;
    Marionete do governo má informação;
    Nossa atitude é na periferia onde se encontra minha família;
    Além do álcool e da droga a polícia é nosso pior inimigo;
    Na hora da geral já estão alucinados;
    Eu não me lembro se alguma vez;
    Meus documentos foram requisitados;
    Sistema repressivo, barraco invadido;
    Com armas em punho num instante reviraram tudo;
    O cheiro da erva dominava o ar;
    Cinco minutos são necessários pra decisão que eles vão tomar;
    Vieram na fita errada, ninguém deve nada;
    Mais uma vez estão á fim de atrasar nossa rapaziada;
    Aquelas cenas de estorção que apresentaram na televisão;
    Na versão do vilão;
    Mataram milhares e apresentaram centenas;
    Antes imagine se não foram fortes aquelas cenas, aquelas cenas.

    (4x) O loque faz o crack;
    E o crack fura a pura cocaína;
    Na periferia.

    A ira e o mesmo ódio reflete como um espelho;
    Cuspo na cara do sistema, pois não merece respeito;
    Encontra num rolê com a viatura blazer de roda pro ar;
    E encontra um barraco invadido procurando alguém pra matar;
    Bacanas que me atormentam com indiferença vai tomar no cu;
    Filho da puta na favela é o periférico submundo;
    Creio na minha mente cada palavra é treze no pente;
    HC rima forte sem dó consciente;
    Original não pode ser além no momento gelado;
    Tem que ser igual do crime organizado;
    Que rouba banco, derruba porta, derruba, humilha soldado;
    Bater de frente com o pensamento do sistema não é fácil;
    Roubo periculoso a polícia não acredita;
    Roubaram mais um banco sem deixar nenhuma pista;
    Não, não, não pago pau pra playboy fantasiado de goe;
    Mané gatão de baby look e bad boy;
    Muitos menos pra gambé folgado;
    Que paga de pose na frente da padaria;
    Que mata nossa gente no dia á dia;
    To te filmando faz tempo, vai chegar seu momento;
    Vai subir, vai subir, vai subir, vai subir;
    Eu sou favela e minha bronca é com o sistema;
    Que mutila nossos irmãos e na cadeia o sumiço de corpos;
    Pow, pow, pow, policiais;
    Cada dia que se passa aparece mais uma vítima;
    Pow, pow, pow, pow, policiais;
    Cada dia que se passa aparece mais uma vítima;
    Crianças o alvo principal da guerra fria;
    Que inicia sem notícia;
    E explode cada vez mais mortes na covardia;
    De ponta á ponta várias vítimas da polícia;
    Em cada canto vem vários comandos atirando;
    Eu to ligado que ninguém fica pra semente;
    Eu to armado e o flagrante já está na mente;
    Manos estirados no chão com muito ódio;
    Governo arrombado, empresário milionário;
    De limusine e bem guardado;
    Não circula na favela;
    Que a sua cabeça ficará nela, ficará nela;
    É Homens Crânios a voz da favela;
    DRR Defensores do Ritmo de Rua.

    É HC, É HC, É HC;
    Revolucionários não pagam comédia pra você.


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