Absurdo

Saudade e Melancolia em 'Absurdo' de Homero Expósito

A música 'Absurdo', escrita por Homero Expósito, é uma profunda reflexão sobre o amor perdido e a passagem do tempo, marcada por uma intensa melancolia e saudade. A letra começa com o eu lírico recordando as casas que representam os mundos distintos dos amantes - uma pobre e outra rica, simbolizando as barreiras sociais que eventualmente impediram a união dos dois. A menção à luna que se aburrió esperando e ao cedrón por onde o tempo se perfuma e passa, evoca uma imagem poética do tempo como uma entidade que, apesar de bela, é implacável e indiferente aos desejos humanos.

O coração da música reside na lembrança de um amor juvenil, puro e intenso, simbolizado pelo beijo debaixo do cerezo. Esse momento é descrito como um ponto de virada, onde o amor poderia ter se transformado em algo duradouro, mas as circunstâncias sociais e econômicas impediram. A repetição do tema do piano que chora um vals sugere uma tristeza que ressoa através dos anos, uma melodia de perda e de oportunidades não realizadas que o eu lírico não consegue esquecer.

Ao final, a música reflete sobre a inevitabilidade do envelhecimento e da solidão, com os amores do passado reduzidos a memórias preservadas em 'um estuche de oro', mas sem a chama viva do sentimento real. A pergunta retórica sobre se o piano chora de amor serve como um eco da dor contínua que o passado traz ao presente, uma dor que é tanto pessoal quanto universal, ressoando com qualquer um que já tenha perdido um amor por circunstâncias além de seu controle.