Milonga triste

A Saudade na Milonga Triste de Homero Manzi

A canção "Milonga triste", escrita por Homero Manzi, é uma expressão melancólica e profunda de saudade e perda. A milonga, um estilo musical e de dança tradicional do Rio da Prata, serve de pano de fundo para a narrativa de um amor que se foi, deixando apenas lembranças dolorosas. A letra descreve o encontro com uma mulher de "trenzas negras" e "ojos negros", cuja beleza é comparada à "Claridad de Luna llena". O eu lírico relata um beijo que parece ter causado dor, seguido de um castigo e a subsequente ausência da amada, que é sentida de maneira avassaladora.

A repetição do ato de voltar por caminhos que não levam mais ao encontro da amada simboliza a tentativa inútil de reencontrar o passado e a dor que acompanha essa busca. O lamento do eu lírico é intensificado pela imagem da amada com os olhos fechados e o rosto pálido, sugerindo sua morte. A queda da lua na água e o som das campanas reforçam a atmosfera de luto. A música evoca a tristeza de um amor que deixou marcas indeléveis, onde até as tentativas de gritar, cantar, rezar e chorar são ineficazes diante da imensidão da perda.

A última estrofe ressalta a tristeza dos caminhos que não veem mais a figura amada, a solidão das estrelas e o silêncio do cemitério, elementos que compõem um quadro de saudade e remorso. A canção termina com a imagem da mulher amada, agora apenas uma memória dolorosa, marcada pelo "delantal y trenzas negras". A milonga, com sua cadência triste e reflexiva, é o veículo perfeito para transmitir a profundidade do sentimento de perda e a incapacidade de superar a ausência do ser amado.