Bullseye (feat. Lucy Dacus)

Relações e despedidas em "Bullseye (feat. Lucy Dacus)"

Em "Bullseye (feat. Lucy Dacus)", Hozier utiliza a imagem do alvo para expressar a precisão e intensidade de um amor que marcou profundamente, mas não resistiu ao tempo. O trecho “You’re a bullseye, and I aimed right / I’m a straight shot, you’re a grand prize” (“Você é o alvo, e eu mirei certo / Eu sou um tiro certeiro, você é o grande prêmio”) resume a sensação de ter encontrado alguém especial, ao mesmo tempo em que revela a nostalgia e a autocrítica sobre a ingenuidade do amor jovem, como em “It was young love, it was dumb luck / Holdin’ each other so tight, we got stuck” (“Foi um amor jovem, foi sorte boba / Nos abraçamos tão forte que ficamos presos”).

A colaboração com Lucy Dacus aprofunda a canção ao apresentar as duas perspectivas do término, criando um diálogo íntimo entre os ex-amantes. A referência aos cadeados de amor nas pontes europeias (“In many European cities, there’s a bridge / Where lovers put locks on the rails...”) conecta a história do casal a um ritual coletivo, mas também mostra a fragilidade desses gestos, já que os cadeados são removidos quando se tornam pesados demais. Essa metáfora reforça como o que parecia eterno pode ser desfeito pelo tempo ou por circunstâncias externas. A letra ainda destaca a saudade dos detalhes do cotidiano, como anotações em livros emprestados, e a dificuldade de se desapegar das lembranças. No final, a aceitação de que “the world that we built meant the world to me / When one world ends, the other worlds keep spinnin’” (“o mundo que construímos significou tudo para mim / Quando um mundo acaba, outros continuam girando”) traz maturidade e resignação, valorizando o passado, mas reconhecendo a necessidade de seguir em frente.