Like Real People Do

Aceitação e vulnerabilidade em “Like Real People Do” de Hozier

Em “Like Real People Do”, Hozier utiliza a imagem dos "corpos de pântano" como metáfora para pessoas que carregam passados dolorosos. Inspirado pela poesia de Seamus Heaney, que aborda corpos preservados nas turfeiras da Irlanda, o artista propõe uma reflexão sobre aceitação e renascimento. Ao invés de buscar explicações ou julgamentos sobre o passado do outro, a música valoriza o encontro genuíno no presente. Isso fica evidente nos versos “I will not ask you where you came from / I will not ask and neither should you” (Não vou te perguntar de onde você veio / Não vou perguntar e você também não deveria), que reforçam a escolha consciente de não investigar antigas feridas, mas sim de viver o momento compartilhado.

A narrativa da canção mostra um personagem que oferece ao outro uma nova chance, simbolizada por "puxar" alguém da terra, enquanto o parceiro, ainda marcado pelo passado, hesita, mas se permite experimentar algo novo. O refrão, “Honey, just put your sweet lips on my lips, we should just kiss like real people do” (Querida, apenas coloque seus lábios doces nos meus, deveríamos apenas nos beijar como pessoas de verdade fazem), resume o desejo por uma intimidade simples e verdadeira, livre das barreiras criadas por histórias antigas. Assim, Hozier transmite uma mensagem sensível sobre aceitar o outro por completo e buscar conexões autênticas, sem exigir explicações sobre o que ficou para trás.